terça-feira, 28 de julho de 2009

O que é justiça?


A bestialidade humana, assusta, machuca, fere e denuncia a pior parte daquilo que classificamos de ser humano.

De todo o mar do que nos torna humano corre feroz sangue rubro quase roxo de tão carregado das manchas de um caráter que como câncer parece não ter cura prevista.

Enquanto isto a gente senta no sofá da sala se aliena mais um pouco em meio nossas revistas, trocamos de canal, aumentamos o volume para não testemunharmos o óbvio:

o que transtorna a realidade alheia também nos toca e a nossa realidade transforma, quando não transfigura!

Queremos nos trancar para não ver, não escutar e não saber que sangue jorra como petróleo diante da omissão humana de fingir não saber, de fingir que sabendo e não se posicionando continuamos cúmplices da mesma batalha que mata a nossa humanidade, dia a mais dia a menos, não queremos, desta verdade notícias não queremos! Não podemos, não agüentamos olhar e ver que também há sangue em nossas mãos!

Grito: “O que é justiça?”

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O que olhas em mim, o que queres de mim?
Porque deseja penetrar-me nestes vai-e-vens assim?
O que te faz pensar que sou tua, que já estou na sua?
Considera-se o motivo de minha alegria ou tristeza, de minha suavidade ou aspereza
Não vê que é só de mim que brota toda e qualquer beleza?
Tu és complemento, e pode ser sim importante elemento do meu dia-a-dia
Compartilhar minhas risadas, minhas lágrimas, desejos e gozos, nostalgias
contudo nada disto lhe garante lugar cativo em minha biografia
Há que se renovar todo amanhecer e me re-envolver todo alvorecer
Há que se mostrar mais que ontem, me marcar mais que por um instante
Tens de ficar, tem de surpreender, e do tempo quando ao meu lado esquecer.
Tens que ser meu na admiração do honesto olhar, não na fugaz intensidade do tocar que facilmente se deixa levar.
Tens de ser corajoso, muito mais que amoroso, porque passageiras são as emoções e no final o que define nossos destinos são nossas decisões.
E então ainda está certo de que me tens?
Hummmm......... do que me importa se tomas o meu corpo e em quantos momentos se deveras não puder penetrar meus pensamentos?
Decifra-me ou te devoro, já disse a esfinge!