terça-feira, 12 de outubro de 2010

AFETOLOGIA DA FELICIDADE

Luanda Ribeiro do Nascimento

O que ou quem te afetam? De que forma? Por quê? Estas são perguntas essenciais para desvelar os mistérios do seu coração, ou seja, do seu padrão mental-emocional-comportamental.

Somos seres humanos, um microcosmo, um complexo de integrações com o meio ambiente circundante e devemos nos empoderar desta consciência. É a partir dela que começamos a prestar atenção nos mínimos detalhes aos nossos espasmos, reações e emoções e a nos libertar.

Se sentirmos e pensarmos de forma desapercebida, nossa vida escapará de nosso controle e seremos sempre presas fáceis de nossas próprias inquietações afetivas. Precisamos nos observar concentradamente e sentir responsavelmente, ou seja, devemos nos defrontar ativamente com nossos sentimentos, não devemos fugir deles, devemos senti-los e ao fazê-lo, vivê-los de forma que eles sejam devidamente processados.

Quem se apavora diante da dor e a tenta evitar tem como resultado cíclico sempre se machucar. Quem do medo se desvia, não cria na vida a oportunidade de ao senti-lo, entender seu mecanismo e superá-lo. Quem não chora, não coloca para fora aquele sentimento demasiado que o sufoca, e aos poucos por esta demasia vai se afogando em si mesmo.

Daí surge a sabedoria de diferentes cosmologias, da importância de nos focarmos no presente e de vivê-lo plenamente conscientes. Isto porque somente totalmente imersos da presentificação da vida que podemos avançar, que podemos construir e reconstruir, significar e resignificar, porque só totalmente presentes no presente, vivemos tudo que tem de ser vivido a cada momento, fechando tempo a tempo cada capítulo e termo da nossa história particular. Quando nos furtamos a este viver sincero, intenso e pleno, apenas nos dividimos em tempos inexistentes que bloqueiam nossos canais de contato com a realidade. E somente na realidade é que se realiza qualquer feito.

Quando nos damos conta da realidade presente e de como nos posicionamos diante dela é que conseguimos fazer as perguntas do primeiro parágrafo. E então passo a passo vamos descobrindo os abismos diante dos quais nos colocamos recorrentemente por nossos vícios afetivos, pelo nosso padrão sensível, de como encaramos a vida, as pessoas, de como pintamos todas estas relações diárias em nossos pensamentos enviando mensagens constantes ao nosso cérebro e corpo que se reflete em nosso comportamento e disposição diante das atividades e oportunidades do dia-a-dia.